Sorocaba possui 88.656 empresas ativas, número 7,42% superior às 82.529 existentes no município em 2017, de acordo com dados do Empresômetro, do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT ). Os números colocam a cidade na 6ª posição estadual em número de empresas. No entanto, a longevidade segue como um grande desafio para os empresários brasileiros, especialmente para os negócios de menor porte.
Muitos deles conseguiram passar pelos momentos mais turbulentos da crise econômica, mas sentem agora o fim do fôlego mesmo com os primeiros sinais de recuperação do mercado. "Mais de 50% das micro e pequenas empresas (MPEs) que abrem não chegam ao quinto ano", alerta Bruno Mattos, consultor de negócios da regional de Sorocaba do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Para o consultor, diversos fatores influenciam na sobrevivência das empresas, entre eles a seleção natural do mercado e em especial a falta de planejamento. Entre os empresários há aqueles que abrem um negócio devido à oportunidade e outros pela necessidade. Os empreendedores de oportunidade enxergam uma tendência. Já os por necessidade são empurrados ao empreendedorismo a fim de gerar renda.
Mattos explica que é preciso planejar todos os aspectos do negócio e definir metas. É importante analisar o mercado e não se deixar seduzir por modas passageiras, como paleterias ou food trucks, por exemplo. Noções realistas sobre quanto capital de giro também são importantes. "Às vezes você chega ao segundo ou terceiro mês e não tem capital de giro: você tem que fechar o negócio", afirma o consultor do Sebrae.
Gabriel Henrique Gonçalves Leite, 19 anos, abriu sua barbearia no Jardim Simus há quatro meses. Ele começou a atuar como cabeleireiro aos 16 anos e conta que planejou bem até montar o próprio negócio. Gabriel pensa em expandir devido ao grande volume de clientes. "Trabalho sozinho por enquanto, mas vou colocar funcionários."
Recuperação
Quando a empresa começa a enfrentar dificuldades financeiras, uma saída antes de desistir é a recuperação judicial. A medida jurídica possibilita reorganizar os negócios, redesenhar o passivo e, assim, preservar empresas viáveis no mercado. "É um remédio amargo, mas tem ajudado empresários que não conseguem se levantar sozinhos", afirma o advogado especialista em direito empresarial Vinícius Camargo Silva, do escritório CSDS Advogados.
Número de MEIs aumenta 49% em Sorocaba
Sorocaba teve um aumento de 49,4% em formalizações de microempreendedores individuais (MEIs) entre janeiro e maio deste ano, comparado com o mesmo período de 2017, de acordo com levantamento do Espaço Empreendedor, mantido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda. No ano anterior foram realizadas 2.075 formalizações ante 3.101 em 2018.
Marcos Lensk, coordenador do Espaço Empreendedor, explica que a formalização como MEI permite um menor custo para empreender, sem a necessidade de registro contábil. O MEI gasta em torno de R$ 53,70 por mês para manter a empresa aberta em termos de tributação. Para o coordenador, o registro como MEI pode ser um primeiro passo, que antecederá o crescimento da empresa e mudança para outras categorias.
Por meio do Espaço Empreendedor, os empresários podem acessar linhas de crédito e obter informações sobre como elaborar um plano de negócios. Contudo, se a pessoa desiste é importante encerrar o registro. Lensk ressalta que os custos mensais continuam independente do faturamento e deixar de honrá-los pode resultar em restrições cadastrais. Ele também lembra que o MEI não deve deixar de fazer a declaração de rendimentos, embora seja isento de pagar por ela. E que o não pagamento correto suas obrigações tributárias tem consequência em benefícios de seguridade social.
17/06/2018