Órgão apontou supostas fraudes cometidas pela Alvorada do Bebedouro.
Empresa está em processo de recuperação judicial e acumula dívidas
O Ministério Público entrou com um recurso pedindo a falência da destilaria Alvorada do Bebedouro, em Guaranésia(MG), que está em processo de recuperação judicial e acumula dívidas trabalhistas e com fornecedores. A direção do sindicato dos trabalhadores rurais da cidade afirma que, há pelo menos seis anos, funcionários e ex-empregados da destilaria reclamam de atraso nos pagamentos e falta de acerto de direitos trabalhistas.
Em 2011, produtores que arrendavam terras para a usina também ficaram sem receber. Revoltados, trabalhadores fecharam a BR-491 no ano seguinte. Segundo a Prefeitura de Guaranésia, a usina de açúcar e álcool está no município desde 1982 e nesta safra emprega cerca de 600 pessoas e deve produzir 35 milhões de litros de álcool.
Depois que uma assembleia de credores, o juiz João Batista Mendes Filho decidiu manter o plano de recuperação judicial do grupo que reúne cinco empresas, entre elas a destilaria Alvorada do Bebedouro. O Ministério Público não concordou e recorreu do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Em outro processo, o promotor Thales Tacito Cerqueira pede a falência do mesmo grupo.
O parecer do Ministério Público apresentou os motivos que levaram ao requerimento, como uma suposta fraude. De acordo com o promotor, houve uma retirada de um crédito de R$ 79 milhões do quadro de credores. Além disso, o documento aponta outra possível fraude na Justiça do Trabalho com a exclusão do crédito de quase R$ 5 milhões de dívida trabalhista de natureza alimentar. Com o pedido de falência, o MP quer que todos os bens do grupo sejam arrecadados e distribuídos de forma proporcional aos credores.
No entanto, o chefe de gabinete da prefeitura, Carlos Favero, espera que a situação não chegue a esse ponto. “Eu acho que a solução está na assembleia dos credores, que vão ter que encontrar uma solução. A destilaria está em atividade, ela não está abandonada e eu acredito que, se houver um grupo de investidores com uma fote grande de capital, ela volta a funcionar e pode dar a volta por cima”, afirma.
Já para o sindicato, a falência da destilaria pode ser a saída para o acerto dos trabalhadores. Os responsáveis pela empresa foram procurados, mas nenhum deles quis se pronunciar sobre o assunto.