A Indústria de Alimentos Nilza vai recorrer da decisão do juiz Héber Mendes Batista, da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), que decretou a falência da empresa.
Em sua decisão, o juiz alegou fraude no processo de recuperação judicial da companhia e na negociação com a Airex, empresa que teve proposta de aquisição da Nilza aprovada por credores do laticínio em novembro. Escutas telefônicas do Ministério Público mostraram fraudes no processo, segundo a Justiça.
A advogada Sílvia de Luca, que representa a Nilza, disse que entrará com agravo de instrumento contra a decisão sobre a falência. Ela acrescentou, sem dar detalhes, que também buscará impugnar as acusações de fraude ao controlador da Nilza, Adhemar de Barros Neto.
Conforme o juiz, Barros Neto e o empresário Sérgio Alambert, dono da Airex, teriam acertado pagar uma quantia a um credor para que este convencesse os demais a aprovarem o plano de recuperação da Nilza, que previa justamente a venda da empresa para a Airex.
Alambert nega a acusação, assim como a de que sua empresa seria de fachada. Ele disse que tem como comprovar a origem dos R$ 5,2 milhões depositados em juízo para pagamento de credores trabalhistas da Nilza, como acertado no plano de recuperação.
A Justiça questiona a origem do dinheiro alegando que o recurso não saiu do caixa da Airex e sim de uma empresa denominada Nova Visão Global, "que relação alguma tem com o processo, com a devedora, com os credores ou com a Airex".
Autor: Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico (28/01/2011)