SÃO PAULO - A Nippon Steel & Sumitomo rebateu em comunicado, publicado na edição de hoje do jornal Valor Econômico, as acusações feitas pela CSN com relação a contratos de partes relacionadas entre a companhia japonesa e a Usiminas, da qual a Nippon é uma das controladoras e a CSN é a principal minoritária.
Em nota publicada no fim de junho, a CSN afirmava que, após a entrada da Ternium-Techint no controle da Usiminas, os contratos entre partes relacionadas da companhia brasileira com a Nippon subiram de R$ 2 bilhões para R$ 20 bilhões.
“Primeiramente, tais números não fazem qualquer sentido, pois a receita não consolidada da Usiminas em 2014 era de aproximadamente R$ 11 bilhões”, destaca a Nippon no comunicado de hoje. “E o mais importante: após a entrada da Ternium na Usiminas, foi celebrado apenas um contrato entre a Usiminas e a NSSMC [Nippon Steel] até 2014, no valor de R$ 7 milhões.”
Dessa forma, a Nippon afirma que a CSN “inventou” o valor de R$ 20 bilhões em contratos ao, provavelmente, somar os contratos em vigor com os passados celebrados entre Usiminas e companhias independentes da Nippon e adicionar contratos entre a siderúrgica brasileira e o grupo Nippon Steel antes de 2012.
A companhia japonesa afirma ainda que, se somados todos os contratos comerciais celebrados entre Usiminas e Nippon depois da entrada da Ternium, o montante vai para R$ 12 milhões, incluindo o contrato de R$ 7 milhões.
“Esses dois contratos envolvem o suprimento de peças de reposição em unidades específicas de produção e, portanto, não têm qualquer relação com o fato da Ternium ter se juntado ao grupo de controle da Usiminas”, afirma a Nippon.
Os japoneses afirmam ainda que os acordos entre partes relacionadas foram celebrados “em condições comutativas de mercado e aprovados, por unanimidade, pelo conselho de administração da companhia”.
Dessa forma, as alegações da CSN de que contratos entre Nippon e Usiminas não contribuíram para os interesses da companhias são apontadas como “completamente absurdas” e “totalmente inaceitáveis” pela empresa japonesa.
“Além de espalhar rumores infundados à imprensa, a CSN também vem fingindo estar ativamente protegendo e apoiando a Usiminas e seus acionistas minoritários”, diz o comunicado.
Rival
A Nippon acusa a CSN de tentar atrapalhar os negócios e a situação financeira da Usiminas para melhorar sua própria posição competitiva de mercado.
O aumento de capital de R$ 1 bilhão aprovado pelos controladores da Usiminas e contestado pela CSN é um dos pontos dos quais a Nippon acusa a rival de dificultar a resolução das questões financeiras da siderúrgica mineira. A CSN acredita que o aumento de capital não era necessário e depositou em juízo cerca de R$ 200 milhões relativos a esse aumento, que segundo a Nippon estão inacessíveis à companhia. A CSN defende acessar o caixa da subsidiária Mineração Usiminas (Musa) para solucionar as questões financeiras.
A Nippon completa afirmando que o aumento de capital era condição para a reestruturação da dívida visando evitar um pedido de recuperação judicial e que a utilização do caixa da Musa tem sido considerada.
“A Nippon Steel & Sumitomo reafirma aqui sua intenção de, sejam quais forem as medidas legais necessárias, proteger a Usiminas contra a CSN de suas alegações infundadas, bem como de seus movimentos de intenções altamente questionáveis.”