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Nokia Siemens ganha novas regiões com Motorola

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A Nokia Siemens Networks, segunda maior fabricante mundial de sistemas telefônicos sem fio, confirmou a compra da operação de redes móveis da Motorola por US$ 1,2 bilhão, negócio que lhe permitirá expandir-se na América do Norte e Japão. Na América Latina e no Brasil, o impacto será pequeno.

O empreendimento conjunto entre a Nokia e a Siemens ganhará mais de 50 empresas como clientes, segundo comunicado sobre a transação divulgado ontem pela Nokia Siemens, empresa que absorverá cerca de 7,5 mil funcionários com a aquisição, a ser concluída no fim do ano.

No Brasil, a presença da infraestrutura da Motorola é discreta com clientes como a Oi e a Embratel para a tecnologia WiMAX, de banda larga sem fio. O legado mais significativo na região, a rede iDEN, fornecida para a Nextel, permanece com a Motorola. Para o presidente da Nokia Siemens no Brasil, Aluizio Byrro, a forte presença da Motorola no mercado americano com clientes como Clearwire, Vodafone e Sprint, mais KDDI no Japão é referência para ampliar negócios em outros países, inclusive da América Latina. A região representou € 1,4 bilhão de uma receita global de € 12 bilhões no ano passado.

A Motorola agrega à Nokia Simens a tecnologia CDMA amplamente usada nos Estados Unidos, mas suplantada no resto do mundo pela GSM, inclusive no Brasil. A evolução da rede CDMA, no entanto, resultou na quarta geração de telefonia celular, a chamada LTE (Long Term Evolution), testada em diversos países. As operadoras brasileiras aguardam a definição de faixas de frequência para LTE e WiMAX (Interoperabilidade Mundial para Acesso de Microondas e Long Term Evolution) para que os investimentos comecem em um a dois anos. "Essas redes vão representar bons negócios para a Nokia Siemens com tecnologia da Motorola no médio praxo", afirma Byrro.

A joint venture tem sede em Espoo, Finlândia, mas sua direção pretende ampliar a presença na América do Norte para concorrer com a rival de maior escala, a sueca Ericsson, e outros concorrentes com mais ritmo de crescimento, como a chinesa Huawei. Nos últimos 12 meses, a Nokia Siemens apresentou duas ofertas, sem sucesso, para comprar ativos da canadense Nortel Networks, depois de a fabricante de equipamentos de telecomunicações ter entrado com processo de recuperação judicial e vendido unidades.

A Nokia Siemens vem cortando empregos e fechando instalações para adaptar-se à queda na demanda e à concorrência de preços com a Ericsson e Huawei. O executivo-chefe da Nokia Siemens, Rajeef Suri, afirmou em novembro que a companhia pretendia expandir-se por meio de aquisições e parcerias.

A aquisição fortalecerá seus negócios com operadoras como a Verizon Wireless e Sprint Nextel, nos Estados Unidos, a KDDI, no Japão, a China Mobile e o Vodafone.

"O acordo nos dá força e crescimento nos EUA e Japão e complementa nossa carteira com todas as tecnologias sem fio", afirmou Bosco Novak, diretor de operações de mercado da Nokia Siemens, em entrevista.

As operações sem fio da Nokia Siemens são baseadas no Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM), padrão usado pela maioria das operadoras fora dos EUA e Leste da Ásia. A Motorola, além de vender o sistema GSM, também trabalha com equipamentos baseados no CDMA2000 (Acesso Múltiplo por Divisão de Código), padrão usado por algumas operadoras norte-americanas e do Leste da Ásia, e na tecnologia de quarta geração WiMAX e LTE.

A venda da unidade de redes sem fio da Motorola prepara a companhia para uma ampla reestruturação. As vendas da unidade de redes sem fio da Motorola caíram 7% no trimestre passado, em comparação ao mesmo período de 2009, para US$ 896 milhões, o que representa 18% da receita total da empresa. O lucro operacional da divisão subiu de US$ 62 milhões para US$ 112 milhões, na comparação entre os dois trimestres. A Nokia Siemens pagará entre 0,3 e 0,5 vezes a receita anual da unidade, o que é um preço "justo" por essas operações, segundo analistas. A Nokia Siemens financiará o acordo sozinha, sem a ajuda da Siemens.

A Nokia Siemens está classificada como a segunda maior do setor, atrás da Ericsson, e está praticamente empatada com a Huawei, de acordo com a empresa de pesquisas de mercado Dell ' Oro Group.

(Com Bloomberg, de Los Angeles, Nova York e Frankfurt).

Autor: Ana Luiza Mahlmeister, de São Paulo

Fonte: Valor Econômico (20/07/2010)

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