A Oi registrou prejuízo líquido de R$ 3,3 bilhões no quarto trimestre de 2018, mas fechou o ano passado com um lucro bilionário - meramente contábil - decorrente da reestruturação financeira de sua dívida líquida financeira a partir da aprovação de seu plano de recuperação judicial, no fim de 2017. Em 2018, o lucro líquido acumulado foi de R$ 24,59 bilhões.
Os dados foram divulgados no fim da noite de terça-feira.
A receita líquida da companhia totalizou R$ 21,86 bilhões no ano passado, um decréscimo de 7,2% na comparação com 2017. Em termos trimestrais, a receita líquida também apresentou queda. Entre outubro e dezembro, a receita líquida somou R$ 5,31 bilhões, o que representa um recuo de 8% em termos anuais e de 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior (julho-agosto-setembro).
Considerando apenas a receita líquida de serviços, houve recuo nos segmentos de telefonia móvel, serviços residenciais e B2B (empresarial).
A Oi registrou Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de rotina de R$ 5,86 bilhões em 2018. Isso significa uma retração de 5,3% na comparação com o ano anterior. O Ebitda de rotina para o quarto trimestre do ano passado somou R$ 1,28 bilhão. Houve recuo tanto na comparação com os três meses anteriores (-11,5%) como em relação ao mesmo período de 2017 (-1%).
Já a margem Ebitda de rotina aumentou 0,5 ponto percentual em 2018, fechando no patamar de 26,8%. Levando em consideração apenas o período de outubro a dezembro, o indicador ficou em 24,2%, ganho de 1,7 ponto percentual.
Investimento
A Oi fechou o ano passado com um total de investimentos de R$ 6,07 bilhões, um incremento de 8% em relação a 2017, com foco na expansão de sua rede de fibra óptica e no reaproveitamento das frequências de 1,8 gigahertz (GHz) e 2,1 GHz. O refarming (reaproveitamento) consiste no uso de frequências que antes estavam destinadas à prestação de outros serviços.
No último trimestre de 2018, a Oi investiu R$ 2,08 bilhões. O valor é 13,6% maior do que aquele desembolsado no mesmo período de 2017.
A operadora divulgou uma projeção de investimento de R$ 7 bilhões em 2019 - o valor está em linha com o divulgado no plano de recuperação judicial da Oi, aprovado no fim de 2017.
Despesas
A Oi obteve uma redução de R$ 1,37 bilhão em seus custos e despesas operacionais de rotina no ano passado, ante 2017. Em termos nominais, a diminuição foi de 7,9%. Já considerando a inflação de 3,7% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período de 12 meses, a diminuição real dos custos foi de 11,2%.
Segundo a operadora, o enxugamento dos custos e despesas operacionais está relacionado a iniciativas de digitalização e aumento da produtividade. Na rubrica “serviços de terceiros”, por exemplo, houve diminuição de R$ 306 milhões no ano passado, ante 2017. Os gastos decorrentes de contingências apresentaram redução de R$ 267 milhões no período.
Em 2018, os custos e despesas operacionais de rotina totalizaram R$ 15,99 bilhões, contra 17,36 bilhões em 2017.
Clientes
A Oi perdeu 2,53 milhões de clientes em 2018 e terminou o ano com uma base de 57,14 milhões de unidades geradoras de receitas (UGRs), terminologia usada pela companhia em suas demonstrações financeiras. Em termos percentuais, a retração foi de 4,3% no ano passado, ante 2017.
A diminuição foi sentida tanto na base de telefonia fixa (recuo anual de 10,4%) e banda larga (-5,3%). Embora a base de telefonia móvel tenha encolhido em 2018, houve expansão no número de assinantes do serviço pós-pago (+15%). A variação percentual positiva equivale a adições líquidas de pouco mais de um milhão de clientes móveis pós-pagos.
A base de clientes do serviço de TV paga da Oi também cresceu. O incremento anual foi de 6,1%, para um patamar de 1,58 milhão de assinantes.
27/03/2019