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Oi prevê estancar queima de caixa no terceiro trimestre

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A Oi espera reverter a queima de caixa e melhorar seus resultados operacionais no terceiro trimestre. Nos três meses até junho, a companhia não se beneficiou da suspensão de pagamentos decorrentes do processo de recuperação judicial, o fluxo de caixa se contraiu, a dívida líquida subiu e o lucro de um ano antes virou prejuízo. A partir de julho, além de uma situação financeira mais confortável, a empresa conta com uma pequena retomada da atividade macroeconômica e os novos planos de tarifas para fortalecer os números.

A operadora de telefonia teve prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 493 milhões no segundo trimestre de 2016, ante ganhos de R$ 620 milhões um ano antes. A perda consolidada somou R$ 656 milhões.

A dívida bruta somou R$ 46,5 bilhões; a líquida, R$ 41,4 bilhões. O caixa diminuiu de R$ 8,5 bilhões para R$ 5,1 bilhões na sequência trimestral pois, além do pagamento de quase R$ 1,8 bilhão em juros e amortizações, a Oi desembolsou mais R$ 650 milhões pela última parcela das licenças 3G. Mas isso não vai se repetir sob o processo de recuperação judicial.

"No próximo trimestre teremos uma reversão do comportamento do fluxo de caixa em função da recuperação judicial", prometeu o presidente-executivo Marco Schroder. Ele espera, inclusive, uma pequena alta.

Os contratos em dólar e a inflação ao redor de 9% pressionaram os custos com equipamentos e mão de obra, mas "no terceiro trimestre o patamar do câmbio se mostra mais estável e a inflação começa a ceder. Então o resultado pode melhorar", afirmou Schroder ao Valor.

Julho foi o primeiro mês de inflexão das recargas no celular pré-pago, após meses seguidos de queda, o que pode sinalizar um ambiente econômico menos negativo, disse o executivo. "Nos próximos meses vamos confirmar se a tendência se concretiza."

No terceiro trimestre, a receita líquida no Brasil diminui 3,5%, para R$ 6,32 bilhões. Além dos consumidores terem reduzido as recargas no pré-pago, a crise econômica também levou ao corte de gastos das empresas com serviços de telefonia. As boas notícias foram a alta da receita com banda larga e TV paga.

A receita com serviços no segmento residencial somou R$ 2,4 bilhões, queda de 2%. A receita com serviços de telefonia móvel caiu 3,7%, a R$ 1,9 bilhão, e na área de empresas recuou 4,6%, para R$ 1,9 bilhão.

Os dados representaram quase metade (49%) da receita da Oi na divisão móvel, uma alta de 9 pontos percentual na comparação anual. O faturamento com dados cresceu 20%, para R$ 853 milhões.

A Oi pretende manter ofertas competitivas, mas ser racional em preços neste ano. O comportamento está alinhado ao restante do setor, que vem implantando medidas como a redução de subsídio a aparelhos e planos com preço de entrada mais alto.

A definição de um novo marco regulatório para as comunicações também é uma aposta para melhorar a situação da empresa nos próximos trimestres. Em teleconferência com analistas, os executivos ressaltaram que é preciso acelerar a discussão sobre o que se considera um bem reversível, para que se faça a transição do modelo de concessão para autorização e os investimentos em rede fixa possam ser revertidos à banda larga.

Numa concessão, os bens usados para a prestação do serviço precisam ser devolvidos à União ao fim do contrato. Na autorização, a operadora pode dispor deles como quiser, pois é proprietária.

"Existe a expectativa de que, uma vez resolvido o que é bem reversível, [a empresa] tenha a possibilidade de monetizar os ativos que estão mais relacionados à questão imobiliária do que de rede", afirmou Flavio Guimarães, diretor financeiro e de relações com investidores da Oi.

O plano de recuperação judicial deve ser apresentado no início de setembro. "Ouvimos diversos grupos de credores e estamos montando uma proposta para apresentar ao mercado", disse Schroder.

Autor(a)
Tatiane Bortolozi

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