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ONS retira linha da Abengoa do plano 2016-2020

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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) retirou do horizonte de operação do sistema de 2016-2020 a linha de transmissão que fará o escoamento da energia da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), para o Nordeste. O empreendimento, cujas obras estão paralisadas desde novembro de 2015, é o principal projeto interrompido no país pela Abengoa, que entrou com pedido de recuperação judicial na Espanha e no Brasil.

"Excepcionalmente neste PMO [Programa Mensal de Operação de Junho] foram atualizados os limites de intercâmbio impactados pelas obras da Abengoa, tendo sido essas consideradas fora do horizonte de simulação do PMO (2016-2020)", informou o ONS em sumário executivo da reunião sobre a programação da operação do sistema em junho, realizada na última semana.

No fim do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia identificado risco de restrição da geração em Belo Monte, no período de 2016 a julho de 2017, devido à interrupção das obras. Com investimentos estimados em R$ 1,3 bilhão e 1,8 mil km de extensão, a linha foi arrematada pela Abengoa em leilão em 2013 e estava prevista inicialmente para entrar em operação em novembro deste ano. A obra, porém, tem apenas 20% de avanço físico.

Na última semana, o diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, descartou o risco de desabastecimento no sistema pelo atraso nas obras da Abengoa. O principal motivo é a queda da demanda de energia do país, devido à crise econômica. Nos últimos 12 meses encerrados em abril, o consumo de energia caiu 2,8%.

Segundo o professor Renato Queiroz, do Instituto de Economia da UFRJ, as autoridades do setor precisam buscar uma solução rápida para o caso das obras paralisadas da Abengoa.

A Aneel e o ministério de Minas e Energia consideram que o caminho mais provável para as obras não concluídas da transmissora espanhola, que totalizam cerca de 6 mil km, será a caducidade da concessão e a posterior relicitação dos projetos. Na última semana, o diretor do órgão regulador Tiago Correia disse que o ideal seria relicitar os projetos ainda neste ano.

Sobre os ativos em operação da companhia espanhola no Brasil, a expectativa é que seja fechada a venda desses projetos para alguma empresa do setor. A principal candidata é a chinesa State Grid. Ontem, o presidente da empresa no Brasil, Cai Hongxian, tinha reunião prevista com o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, em Brasília. A pauta do encontro, porém, não foi divulgada

Autor(a)
Rodrigo Polito

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