A Airex Trading, que fez proposta de compra da Indústria de Alimentos Nilza, realizou o depósito de R$ 5 milhões, como adiantamento para pagar dívidas trabalhistas da empresa, que está em recuperação judicial.
A realização do depósito foi deliberada na assembleia de credores do laticínio, na quinta-feira. Na assembleia, 100% dos credores trabalhistas e 89% dos quirografários (sem garantia) aprovaram o novo plano de recuperação da Nilza que prevê a venda para a Airex e o adiantamento dos R$ 5 milhões. O Banco do Brasil, porém, votou contra e o Santander se absteve.
O juiz Héber Mendes Batista, da 4ª Vara Civil de Ribeirão Preto (SP), que cuida da recuperação judicial da Nilza, informou ter recebido ontem, no fim da tarde, o comprovante do depósito e o contrato social da Airex. No dia anterior, em despacho, ele havia solicitado os dois documentos da empresa.
Segundo o juiz, os documentos serão enviados ao Ministério Público, que dará seu parecer sobre o caso. Depois disso, Mendes Batista decidirá se homologa o novo plano de recuperação ou se decreta a falência da Nilza.
Pela proposta, a Airex compraria a fatia de 65% do controlador Adhemar de Barros Neto na Nilza e assumiria o passivo estimado em R$ 420 milhões. As dívidas seriam pagas em dez anos com período de carência de 15 meses.
A Nilza foi criada em 2006 por Adhemar de Barros Neto. Ele comprou os ativos e a marca Nilza após a reestruturação da Central Leite Nilza. O BNDESPar detém os 35% restantes do capital do laticínio..
Autor: Alda do Amaral Rocha
Fonte: Valor Econômico (24/11/2010)