De acordo com a Boa Vista, trata-se da primeira alta anual desde 2009
SÃO PAULO - O número de pedidos de falência cresceu 15,1% em 2012, na comparação com o ano anterior, de acordo com a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A última vez em que houve aumento nos pedidos de falência no acumulado de um ano comparado ao ano imediatamente anterior foi em 2009, quando a alta foi de 7% ante 2008. No fechamento de 2010 e de 2011, os pedidos de falência recuaram 10% e 3%, respectivamente, informou a Boa Vista Serviços.
No mês de dezembro do ano passado ante novembro, o crescimento dos pedidos de falências foi de 6,6%. Já na comparação de dezembro de 2012 com o mesmo mês de 2011, a alta foi de 21,7%. As falências decretadas em 2012 ante 2011 também cresceram (8,3%). Na comparação de dezembro ante novembro, contudo, as falências decretadas recuaram 32,8%. Sobre dezembro de 2011, o número cresceu 2,5%.
Para a Boa Vista Serviços, o crescimento dos pedidos de falência em 2012 tem como causas a "desaceleração recente da economia, aliada ao aumento da inadimplência de pessoas físicas e jurídicas e à maior seletividade no nível de concessão de crédito pelos agentes financeiros, pressionando o caixa das empresas e elevando os pedidos de falência e recuperação judicial no período".
Os pedidos de recuperação judicial subiram 54,8% em 2012 ante 2011. O número de recuperações judiciais decretadas também subiu de forma expressiva no acumulado do ano passado sobre 2011: 43,9%.
Na comparação do mês de dezembro com novembro, os pedidos de recuperação judicial caíram 27,5% e o deferimento dos pedidos de recuperação se manteve estável. Em dezembro de 2012 ante o mesmo mês de 2011 os pedidos de recuperação judicial subiram 2,8%, enquanto as recuperações judiciais decretadas caíram 16,3%.
As micro e pequenas empresas representaram 82% dos pedidos de falência e 95% das falências decretadas. Na divisão por setores da economia, a indústria contribuiu com o maior número dos pedidos de falência em 2012, com 36% dos casos, seguida pelo setor de serviços (33%) e pelo comércio (30%).
Autor: Beatriz Bulla
Fonte: http://economia.estadao.com.br (07/01/2013)