SÃO PAULO - Com queda da receita e dificuldade para refinanciar dívidas, o número de pedidos de recuperação judicial aumentou 49,4% no ano passado em relação a 2015, de acordo com dados da Boa Vista SCPC. Já as falências aumentaram 12,2% entre janeiro e dezembro, também em relação ao mesmo período do ano passado.
“Mesmo com a leve desaceleração apresentada nos últimos meses, os indicadores de solvência encerraram o ano maiores do que os registrados no ano anterior”, afirmou o birô de crédito em nota. Para a instituição, a recessão somada aos custos altos e à restrição e ao encarecimento do crédito dificultaram a geração de caixa por parte das empresas ao longo do ano, depois de um 2015 já bastante difícil.
O cenário afeta mais as pequenas empresas, responsáveis por 93% dos pedidos de recuperação judicial e 86% dos pedidos de falência, segundo a Boa Vista.
Setores afetados Considerando o setor de atividade econômica, as falências continuaram mais concentradas em serviços (39%), seguidas por indústria (37%) e comércio (24%). No entanto, o setor em que houve maior alta dos pedidos de falência foi na indústria, com aumento de 14,2%, sempre considerando o acumulado de 2016 em relação ao ano anterior. No comércio, os pedidos aumentaram 12,5% e, em serviços, 10%.
No caso das requisições de recuperação judicial, as empresas do ramo de serviços também responderam pela maior parte dos pedidos (40%). O comércio foi responsável por 32% das recuperações judiciais e a indústria, 28%.