Após iniciar a semana passada com forte queda na bolsa, em decorrência do pedido de recuperação judicial, a Oi viu a tendência ser revertida na sexta-feira. As ações ordinárias (ON) encerraram o pregão a R$ 1,87, alta de 7,47%; na semana, subiram 39,55%. As ações preferenciais (PN) tiveram ganho de 18,68%, a R$ 1,08, e queda de 1,82% na semana. As ações não integram o Ibovespa.
A percepção de investidores começou a mudar na quinta-feira, quando o governo sinalizou que poderia acelerar a revisão de regras do setor, para destravar investimentos. Proposta de autoria do deputado Daniel Vilela (PMDB-GO) prevê que bens transferidos às empresas nos contratos de concessão sejam contabilizados como patrimônio. Em contrapartida, as teles teriam que investir o valor desses ativos, prioritariamente, no serviço de banda larga.
A mudança representaria um alívio para a Oi. A companhia tem cerca de R$ 8 bilhões em bens reversíveis, e poderia utilizar os recursos para investir em infraestrutura. Além disso, o marco regulatório ficaria mais interessante para investidores estrangeiros.
A operadora brasileira também obteve, na semana passada, decisões liminares das Cortes de Falências de Nova York e da Inglaterra para protegê-la contra execuções e penhoras, outro sinal considerado positivo por investidores.
Na segunda-feira à noite, a maior operadora de telefonia fixa do país entrou com um pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro, depois do fracasso de uma renegociação direta com detentores de títulos de dívidas. A companhia informou ter R$ 65,4 bilhões a pagar a terceiros.
As agências de classificação de risco Standard & Poor's e Fitch reagiram com o rebaixamento da nota de crédito para 'D', equivalente a calote. A Moody's cortou o rating para 'C'.