A Petrobras negocia com a Odebrecht Óleo e Gás (OOG) a inclusão de uma espécie de opção de hibernação de sondas de perfuração afretadas pela petroleira junto à fornecedora de equipamentos e serviços petrolíferos. O Valor apurou que o objetivo da estatal é poder decidir, no futuro, pela interrupção ou não, da operação dessas unidades.
A negociação faz parte da nova onda de negociações da Petrobras com seus fornecedores, com objetivo de reduzir custos. Nessas negociações, a petroleira geralmente oferece contrapartidas, como a extensão do período de contrato, entre outros itens.
Segundo fontes próximas do assunto, não há um prazo para a conclusão da negociação nem uma previsão de qual decisão será tomada. Até o momento, estão em operação as seis sondas de perfuração afetadas pela Petrobras junto à OOG. Os pagamentos relativos a esses contratos estão em dia.
Ao Valor, a OOG informou que "os contratos de afretamento em vigor, relativo a seis sondas de sua propriedade estão sendo respeitados e as unidades encontram-se em plena operação". A companhia acrescentou que "tem mantido entendimentos construtivos com a Petrobras, sendo certo que qualquer modificação dos contratos em vigor depende de consenso entre ambas as partes".
Questionada pelo Valor, a Petrobras informou que "continua adequando sua frota de sondas aos novos níveis de demanda, conforme Plano de Negócios atual, e buscando reduzir custos através de negociações com os fornecedores". O Valor apurou que os credores da OOG acompanham de perto as negociações com a Petrobras.
Em paralelo às tratativas com a petroleira, a OOG vem negociando com os credores a reestruturação dos bonds. Segundo uma fonte a par do assunto, as negociações estão em andamento e, por enquanto, não se trabalha com a hipótese de uma recuperação judicial.
Em nota, a OOG informou que "continua em discussões construtivas com seus credores com o intuito de fortalecer sua posição financeira de curto e longo prazo".
Com relação à participação da OOG em futuras licitações da Petrobras, a Justiça Federal revogou no fim de julho liminar que havia dado dias antes em favor da companhia permitindo sua participação em concorrências da estatal. A OOG havia ingressado na Justiça para poder participar da licitação de prestação de serviços de manutenção em duas plataformas da estatal. A OOG permanece na lista de bloqueio cautelar da Petrobras.