A Celpa divulgou hoje a lista de credores que aprovaram seu plano de recuperação judicial em reunião realizada no último sábado. De acordo com o documento, o plano foi aprovado por detentores de 76% das dívidas, que somam, ao todo, R$ 2,32 bilhões.
Como era de se esperar os detentores de 24% das dívidas que não aceitaram o plano de recuperação judicial são credores chamados de “quirografários”, cujos empréstimos não têm garantia real. Eles são os últimos da fila a serem pagos. É exatamente essa classe de credores que concentra o maior volume de crédito: R$ 2,01 bilhão, ou 86% das dívidas.
Do restante da dívida, R$ 108,5 milhões dizem respeito a dívidas trabalhistas, as primeiras a serem pagas de acordo com a legislação brasileira. Outros R$ 204,5 milhões são dívidas com garantia real.
Entres os credores que votaram contra o plano estão os bancos ABC Brasil, Indusval, e BofA, BNY Mellon — esse último concentra o maior valor devido a instituições financeiras, de R$ 239 milhões. Distribuidoras e geradoras, como Cemig, Copel, Light, Tractebel e Taesa, também estão na lista das negativas ao plano.
De acordo com o documento divulgado hoje, o BNDES, com quem a Celpa tem dívidas de R$ 235,3 milhões, aceitou o plano. A Petrobras, para quem a distribuidora deve R$ 170 milhões, também deu aval à recuperação.
O plano de recuperação da Celpa prevê a entrada da Equatorial Energia, grupo controlado pelo Vinci Partners que já atua na região Norte. O controle seria transferido por R$ 1 e a nova sócia se comprometeria a entrar, de imediato, com R$ 350 milhões na distribuidora. Um novo aporte de R$ 350 milhões, que pode ser feito por meio de oferta de ações ou entrada de novo sócio estratégico, teria de ser feito em até dois anos.
A efetivação do plano depende agora do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Autor: Natalia Viri
Fonte: http://www.valor.com.br (05/09/2012)