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Preço do combustível é maior ameaça às companhias aéreas, afirma Delta

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A principal ameaça ao setor aéreo é a volatilidade do preço do combustível e não a sustentabilidade da recuperação econômica, segundo o presidente da Delta Air Lines, Ed Bastian. Ele fez uma avaliação otimista sobre a recuperação da economia, que mostra "boa solidez" e está com "boas pernas".

A Delta, maior empresa aérea do mundo em número de passageiros, anunciou o balanço do primeiro trimestre em que a receita ficou abaixo das estimativas, mas conseguiu reduzir as perdas em relação aos trimestres anteriores.

A empresa, primeira entre as grandes do setor nos Estados Unidos a anunciar os resultados do primeiro trimestre, anunciou na terça-feira que prevê uma "lucratividade sólida" no segundo trimestre. Analistas observaram que as receitas do setor se recuperaram fortemente no primeiro trimestre e esperam que, com o fim da recessão, 2010 seja um ano melhor para as empresas aéreas.

Em 2008, o aumento do combustível levou algumas empresas aéreas dos EUA a pedir recuperação judicial, já que o mercado não lhes proporcionava condições de elevar suas passagens para cobrir os custos extras. O combustível é um dos itens de maior custo para o setor aéreo. O preço do petróleo bruto subiu 5% desde o início do ano, para US$ 83,45 por barril.

Nos três primeiros meses do ano, a Delta gastou US$ 2,23 por galão (3,785 litros) de combustível. Para este trimestre, a expectativa da empresa é de aumento de 4%, para US$ 2,37, sendo que fez operações de hedge para quase metade de seu consumo esperado.

Por enquanto, os preços do petróleo continuam "administráveis", diz o analista Jamie Baker, do JPMorgan. Recentemente, Baker elevou sua estimativa de lucro em 2010 para a maioria das empresas dos EUA, presumindo que o crescimento na receita compensará os custos com petróleo, desde que o barril fique abaixo de US$ 91.

A Delta teve prejuízo de US$ 256 milhões, ou US$ 0,31 por ação, em comparação ao resultado negativo de US$ 794 milhões, ou US$ 0,96 por papel, verificado no mesmo período de 2009. O resultado foi beneficiado pela recuperação da economia e o retorno dos viajantes a negócios. A receita subiu 2,5%, para US$ 6,9 bilhões, abaixo das previsões, de US$ 7 bilhões. Tempestades custaram receitas de US$ 65 milhões em fevereiro. A receita com transporte de cargas caiu 5%.

A Delta fundiu-se com a Northwest em 2008 e gerou US$ 1 bilhão em sinergias anuais, incluindo US$ 200 milhões no trimestre passado. O sucesso da integração é visto como teste decisivo para a consolidação do setor, marcado pelo excesso de capacidade. Recentemente, a United Airlines começou negociações, separadamente, com Continental Airlines e US Airways sobre a possibilidade de fusão.

Autor: Jerremy Lemer, do Financial Times

Fonte: Valor Econômico (22/04/2010)

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