A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), a OGPar (ex-OGX) e a Barra Energia, sócias no projeto de Atlanta, no bloco BS-4, assinaram um contrato com a Shell para venda do óleo a ser produzido no campo, no pós-sal da Bacia de Santos. O sistema de produção antecipada de Atlanta está previsto para operar a partir de meados do ano que vem.
De acordo com o diretor-presidente da Barra, João Carlos De Luca, a petroleira anglo-holandesa atuará como trader (comercializadora). O destino do volume a ser produzido, contudo, ainda não foi definido.
"Foi um primeiro passo. Agora a Shell passa a identificar as alternativas ", disse o executivo, que classificou o contrato como "justo e equilibrado".
O valor do negócio não foi divulgado pelas empresas envolvidas. O contrato assinado tem prazo de três anos, podendo ser estendido por mais um ano. A venda do óleo será praticada na modalidade "Free on Board" (FOB), segundo o qual o remetente é responsável pelos custos de transporte e seguro da carga somente até o embarque da commodity no navio.
O potencial de produção do sistema antecipado de Atlanta é estimado em 25 mil barris por dia, a partir de dois poços já perfurados e equipados. A capacidade de produção, contudo, poderá atingir os 30 mil barris por dia se o consórcio decidir pela perfuração de um terceiro poço na área.
O campo de Atlanta, localizado a 185 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, será o primeiro ativo de óleo operado pela Queiroz Galvão (30%). A OGPar possui a maior fatia, 40%, enquanto a Barra Energia detém 30% da área, que será operada pelo FPSO (plataforma flutuante) Petrojarl I, da Teekay, com capacidade para produzir 30 mil barris/dia e armazenar 180 mil barris de petróleo.
Atlanta marca também o primeiro ativo de produção da Barra Energia e é considerado essencial para recuperar o caixa da OGPar, que se encontra em recuperação judicial e avalia interromper temporariamente a produção de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, seu único ativo em operação.