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Recuperação: Plano do Frialto não agrada pecuaristas de MT

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Para o setor, propostas de pagamento não são vantajosas.

As possibilidades de pagamento apresentadas pelo Grupo Frialto em seu Plano de Recuperação Judicial, protocolado na quinta feira, 29, na 2ª Vara da Comarca de Sinop, MT , não agradou pecuaristas de Mato Grosso. Na nota, a direção do Frialto apresenta dois cenários para o pagamento dos fornecedores estratégicos, onde estão os pecuaristas.

Na primeira hipótese a empresa retoma suas atividades sem novos financiamentos. Neste cenário, a proposta é de que após a homologação do Plano na Assembleia Geral dos Credores cada credor estratégico, cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00, será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores, 10% do saldo 35 dias depois; e 50% do saldo devedor seriam pagos em 11 parcelas mensais; o saldo restante, 40%, seria pago em 12 parcelas mensais, somando 2 anos para quitar o débito. Na segunda hipótese, o frigorifico prevê a continuidade das operações com financiamentos no valor de R$ 50 milhões. Nesse caso, após a homologação do Plano na AGC, cada credor estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores pagamento de 10% do saldo devedor 35 dias após o pagamento previsto aos que receberam integralmente; 10 dias após o desembolso do valor do financiamento, pagamento de 50% do saldo devedor; e o saldo restante pago em 11 parcelas mensais.

Para Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, Associação dos Criadores de Mato Grosso, "a primeira proposta, não aceitamos em hipótese nenhuma, não serve para os pecuaristas. A segunda, que só acontecerá no caso de aporte de novos recursos, ainda precisamos conversar muito, pois queremos redução no prazo de pagamento e assegurar a correção monetária da dívida", pondera.

Já para o coordenador de Pecuária da Famato, Carlos Augusto Zanata, o plano não satisfaz a expectativa dos pecuaristas. Segundo Zanata, a dívida estimada do Frialto com pecuaristas de Mato Grosso é de cerca de R$ 35 milhões. A proposta do grupo não é muito vantajosa, devido os moldes do plano. "O produtor que tiver um crédito de um real a mais que os R$ 25 mil, deixa de receber em cinco dias para receber em dois anos", afirma.

A dívida do Frialto composto pelas sociedades Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S.A., Agropecuária Ponto Alto Ltda. e Urupuá Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. é de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras, R$ 97 milhões com os pecuaristas, R$ 6 milhões trabalhista e R$ 8 milhões de frete. A paralisação das atividades do Frialto ocorreu no dia 21 de maio e a empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop ,MT, no dia 24 de maio. O grupo possui 8 unidades de abates em 5 Estados ( MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são 3 plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop , e uma planta em construção em Tabaporã.

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Fonte: http://www.portaldbo.com.br (03/08/2010)

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