upo espanhol Abengoa, que em 2015 mergulhou numa crise financeira sem precedentes, chegou a um princípio de acordo com os seus credores, que permitirá injetar novo capital, deixando aos atuais acionistas uma fatia de apenas 5% da empresa.
Durante anos a Abengoa foi um dos maiores promotores espanhóis de centrais solares, mas no ano passado a companhia sentiu fortes dificuldades para reembolsar a sua dívida, que ultrapassa os 9 mil milhões de euros, tendo avançado para os tribunais para ficar sob administração judicial e evitar a falência.
De acordo com a edição online do jornal "Expansión", a Abengoa já tem um princípio de acordo de reestruturação, que prevê a concessão de linhas de crédito de 1,2 mil milhões de euros, a somar a 300 milhões de euros de fundos injetados de imediato na empresa como financiamento de curto prazo.
As entidades financeiras que vão conceder esta liquidez ao grupo ficarão donos de até 55% da Abengoa. Quanto aos atuais credores da Abengoa, que têm mais de 9 mil milhões de euros por receber, está previsto que as entidades que acordem perdões de dívida até 70% possam vir a deter 40% da nova Abengoa.
Os restantes 5% do capital da empresa espanhola de energias renováveis e engenharia ficarão para os atuais acionistas, entre os quais a família Benjumea, que hoje detém 51% da Abengoa e que, se o acordo avançar, passará a ter somente 2,5% do grupo.
As ações da Abengoa valorizaram 145% nos últimos três dias, com a perspetiva de recuperação da empresa.