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Renegociação de dívida é entrave

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Exigências levam empresas a se reestruturarem sem recorrer à Lei de Recuperação e Falências

A Lei de Recuperação e Falências beneficiou as micro e pequenas empresas, mas especialistas apontam que ainda há ajustes a serem feitos.

Um exemplo é que ela exige certidões negativas de débitos tributários (ou seja, impostos pagos em dia) no caso de recuperação judicial.

"Muitas vezes, contudo, os empresários precisam entrar com a solicitação justamente para pagar impostos", aponta o advogado Thomas Felsberg, especializado em recuperação de empresas e reestruturação financeira.

Outros obstáculos para empresas que enfrentam problemas financeiros são os impostos pelos bancos.

Há instituições que só refinanciam empréstimos no caso de inadimplência.

A Fisio Estética, clínica de Uberlândia (MG) com 20 funcionários, queria renegociar parte de sua dívida de R$ 500 mil com uma instituição, mas enfrentou essa barreira.

Conseguiu, contudo, reestruturar parte do valor acumulado em 2008 com os demais fornecedores.

O problema começou por falta de controle financeiro centralizado -os dados estavam em três bases diferentes. "Só percebemos quando ficamos sem fluxo de caixa", conta o sócio Marco Aurélio Marques Batista, 36.

REESTRUTURAÇÃO

Nesse caso, não houve necessidade de recuperação judicial. A empresa unificou contas em software específico. Hoje, a dívida é de R$ 300 mil e deve ser liquidada em cinco anos, calcula Batista.

A situação é similar à do Clube Atlético Indiano, de São Paulo, que tem deficit de R$ 280 mil, boa parte em consequência da crise de 2008.

"Itens de lazer foram cortados na época", afirma o vice-presidente comercial Osvaldo Nunes de Souza, 47.

A reorganização também foi suficiente para saldar as obrigações. Souza calcula que já em 2011 haverá R$ 210 mil extras em caixa.

Uma das iniciativas foi o parcelamento das dívidas, principalmente com bancos. O cheque especial estava em R$ 120 mil. Com mais dinheiro em caixa, Souza investiu em pintura do clube e em modernização da academia.

Os sócios foram isentos do pagamento do título e o número dobrou de 600 em 2008 para 1.200 hoje.

Com as mensalidades de R$ 150 (individual) e R$ 230 (família) somadas ao aluguel das instalações para eventos e ao estacionamento, o faturamento mensal cresceu de R$ 100 mil para R$ 300 mil.

Autor:

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp (19/12/2010)

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