SÃO PAULO - A Renuka do Brasil, grupo sucroenergético em recuperação judicial com duas usinas de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, começa a pagar a partir de quarta-feira, dia 5, as 12 parcelas de créditos trabalhistas, de fornecedores estratégicos e de pequenas e microempresas, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta segunda-feira.
Os recursos para esses pagamentos virão do fluxo de caixa da Renuka do Brasil, subsidiária da maior produtora de açúcar bruto da Índia, acrescentou a fonte, na condição de anonimato. Não havia informações sobre o total devido a esses credores menores.
A indiana Shree Renuka Sugars iniciou investimentos no país em 2010, tendo sido atingida juntamente com o restante do setor por baixos preços do açúcar e pelo controle de preços de combustíveis que vigorou em governos anteriores.
A Renuka do Brasil tem dívida de cerca de 2,7 bilhões de reais.
O pagamento dos credores menores, como fornecedores de cana e trabalhadores da empresa, faz parte do processo da companhia para sair da recuperação judicial.
Já o pagamento dos grandes credores, o que incluem instituições financeiras, vai se dar com o dinheiro levantado após o leilão da Usina Revati, em Brejo Alegre (SP).
O pregão da Revati deverá acontecer em 4 de setembro, 90 dias após a homologação pela Justiça do aditamento no plano de recuperação aprovado no fim de maio.
O processo de recuperação judicial da Renuka do Brasil se arrasta desde outubro de 2015.
No ano passado, os credores chegaram a aprovar um plano que previa a venda da Usina Madhu, em Promissão (SP). A unidade foi a leilão em dezembro por 700 milhões de reais, mas não atraiu interessados.
Para janeiro deste ano, estava previsto outro leilão da Madhu, com lances livres. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no entanto, pediu a suspensão do pregão, por ser titular das garantias hipotecárias.
Desde então, a companhia vinha tentando marcar outras assembleias para tratar da situação da empresa, inclusive com uma proposta de leilão da Revati, a qual se concretizou em maio.
A Revati, que tem capacidade instalada para moer 4 milhões de toneladas de cana por safra, deve ser leiloada como uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), ou seja, sem pendências para o comprador. Com o dinheiro a ser arrecadado em uma eventual venda, a Renuka do Brasil espera pagar 30 por cento do crédito dos bancos.
As duas unidades da companhia podem processar mais de 10,5 milhões de toneladas de cana por safra.