Em andamento desde outubro de 2015, o processo de recuperação judicial da Renuka Brasil passa para uma nova etapa. Controlada pela indiana Shree Renuka Sugars desde 2010 e com dívidas da ordem de R$ 3 bilhões, a empresa apresentou à Justiça um novo plano de recuperação que considera a venda da Usina Revati, em Brejo Alegre, com opção de compra da Madhu, em Promissão, ambas localizadas no interior de São Paulo. A operação deve ser realizada por meio de leilão.
Para deliberar o novo plano de recuperação, uma assembleia de credores deverá acontecer 31 dias após o protocolo do documento na Justiça, realizado em 28 de março. O leilão deve ocorrer no dia seguinte à assembleia.
No início do ano passado, a companhia tentou leiloar as usinas durante o processo de recuperação, mas o BNDES suspendeu a iniciativa. A Renuka possui capacidade instalada de moagem de 10,5 milhões de toneladas, dividida entre a Revati e a Madhu.
A nova proposta foi alinhada com a empresa americana de investimento global Castlelake, que havia demonstrado interesse pelos ativos, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com o plano, o investidor que arrematar a compra da Revati terá a opção de adquirir 50% da Madhu por R$ 15 milhões ou a totalidade das ações da unidade por esse valor acrescido de 50% de seu valor de mercado.
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As socas de cana da Madhu também serão vendidas, por aproximadamente R$ 16 milhões. O novo plano também garante que os ativos estão livres de ônus ou gravames em favor de terceiros, o que evita novas contestações do BNDES nesse sentido.
Em suas propostas fechadas, os interessados terão que se comprometer a investir no mínimo R$ 170 milhões nas unidades pelo período de três anos após a conclusão do negócio.
De acordo com a Renuka do Brasil, há contratos para fornecimento de 1,8 milhão de toneladas de cana para a Revati na safra de 2018/19, iniciada no último domingo (1), e de 4 milhões de toneladas para 2019/20.