Em Itiquira, empresa atua na prestação de serviço de recepção e transbordo, secagem, limpeza, padronização e depósito de produtos agropecuários
A empresa Seara Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários Ltda, responsável pela construção e operação do terminal ferroviário de Itiquira, distante 138 quilômetros de Rondonópolis, ingressou com pedido de recuperação judicial. A empresa alega possuir uma dívida estimada em mais de R$ 2,1 bilhões.
A filial da empresa em Itiquira atua na prestação de serviço de recepção e transbordo, secagem, limpeza, padronização e depósito de produtos agropecuários. A empresa não tem nada a ver com a famosa Seara Alimentos. Ao todo, são seis empresas que compõem o grupo econômico.
Segundo informado, a recuperação judicial é justificada diante do não pagamento por parte do Governo Federal de créditos tributários que atingiram a marca de R$ 990 milhões, bem como o prejuízo na ordem de R$ 221 milhões sofrido no ano passado por conta da oscilação dos preços da soja e milho.
“No afã de manter a atividade, a requerente Seara adotou a alavancagem bancária e os custos dos empréstimos, antes acessíveis, tornaram-se difíceis exigindo os agentes financeiros que avais pessoais e de pessoas jurídicas do grupo econômico fossem prestados, contaminando a todos”, pontua no pedido.
A recuperação judicial é apontada pelo grupo como “o único meio possível para sua reestruturação financeira e econômica, para pagamento de seu passivo, inclusive em benefício dos credores, manutenção da atividade econômica gerando riquezas, manutenção de empregos diretos e indiretos e recolhimento de tributos”.
Entre os pedidos feitos na ação de recuperação judicial, o grupo Seara destaca a tutela de urgência para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “abstenha-se de adotar qualquer providência relativa a rescisão dos contratos mantidos com as requerentes, tais como na retomada ou alienação dos bens móveis e imóveis financiados”.
A preocupação se dá, em especial, com os terminais rodoferroviários e seus ativos, que segundo no pedido, são de vital importância para continuidade da atividade produtiva do grupo.
O pedido ainda será analisado pela Justiça da Comarca de Sertanópolis, cidade no interior do Paraná, onde fica localizada a sede do grupo.
03/05/2017