Esta segunda-feira, 11, foi um dia de reuniões da direção da Oi com a maior parte de seus credores, que detêm R$ 22 bilhões em dívidas. A última delas, selou em 20 minutos o acordo para um novo plano de recuperação da companhia, às 23h30.
Eurico Teles, que trabalha há 34 anos na tele e que assumiu a sua presidência há duas semanas, deu o tom ao dizer em videoconferência a interlocutores em três continentes: O acordo não vai deixar ninguém muito satisfeito, nem tão triste.
Até a tarde do dia, credores ainda estavam em cima do muro. Eles, que, de início, queriam 88% do capital, sabiam que não seriam atendidos. Consideraram melhor encerrar ainda em 2017 o processo, antes que a companhia se deteriorasse mais. O Ebitda da Oi caiu de R$ 7,5 bilhões (antes da recuperação) para R$ 6,1 bilhões. Há dez anos, porém, era de R$ 11 milhões.
Os fundos internacionais de dívida (bondholders) acabaram concordando em colocar R$ 4 bilhões na empresa e trocarão a dívida por 65% do capital e, com dois mecanismos, totalizarão 75%.
Apesar de os bondholders estarem irredutíveis, Eurico Teles foi muito duro na discussão final, segundo pessoas que participaram. É isso ou não tem negócio, disse.
O plano será votado em reunião no dia 19. Se não houver uma reviravolta provocada pelos antigos controladores, já há maioria formada para aprová-lo.
Depois disso, será convocada uma assembleia entre os acionistas da nova configuração societária para formar um outro conselho de administração.
Para alguns dos bondholders, a legislação foi desrespeitada porque os bancos públicos terão tratamento privilegiado e em segundo os bancos estrangeiros de fomento. Bonds ficaram em terceiro lugar, afirmam.
Executivos afirmam que não veem a venda da companhia a outras teles antes de três anos. Para que ocorra, dizem, serão necessárias novas regras do setor e um fortalecimento da Oi para se tornar atraente a investidores.
13/12/2017