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Rioforte e ESI rumam para a liquidação

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Uma corte em Luxemburgo rejeitou na sexta-feira pedidos de recuperação judicial, protocolados em julho, da Rioforte Investments e da Espírito Santo International (ESI). Isso significa que as duas empresas devem ser liquidadas - os ativos serão vendidos para quitar dívidas. O Grupo Espírito Santo (GES) tenta vender ativos no Brasil desde, pelo menos, meados de julho.

A Rioforte foi justamente a companhia que tomou € 897 milhões da Portugal Telecom e não pagou o empréstimo. O calote fez a fatia dos acionistas da PT encolher na Oi, em processo de fusão com a tele portuguesa (ver Se a CVM aprovar, calote está isolado).

O Grupo Espírito Santo vem se desmantelando nos últimos meses em meio a notícias sobre calotes e fraudes contábeis.

A ESI é a dona da Rioforte, que tem 100% da Espírito Santo Irmãos SGPS SA. Esta empresa possui 49% do Espírito Santo Financial Group, que tinha participação no Banco Espírito Santo (BES) e pediu falência após o seu pedido de proteção contra credores ter sido negado em 3 de outubro. O BES, após intervenção do Banco Central de Portugal no início de agosto, foi desmembrado, surgindo o Novo Banco, com os ativos bons, e o BES antigo, com os ativos podres. O BES no Brasil ficou dentro do Novo Banco.

O Grupo Espírito Santo (GES), em meados de julho, já havia colocado boa parte dos ativos não financeiros no Brasil à venda, diante da necessidade de levantar recursos para quitar compromissos com credores, entre os quais está a Portugal Telecom. Levantamento feito pelo Valor, na época, conseguiu identificar ativos avaliados em pouco mais de € 290 milhões, ou quase R$ 900 milhões, que poderiam ser vendidos. Entre os mais valiosos está a fatia de 11% da holding Rioforte no grupo brasileiro Monteiro Aranha, em valor aproximado de € 75 milhões.

A Rioforte informou em 10 de outubro que venderia fatia de 51% na operadora de hospitais Espírito Santo Saúde para a chinesa Fosun Group e, em setembro, concordou em vender a Espírito Santo Viagens para a Springwater.

Em relação aos hotéis Tivoli, as duas unidades brasileiras devem ser alienadas dentro de um pacote que inclua as 12 da rede em Portugal. Quando os ativos estiveram à venda, no fim de 2012, eles foram avaliados em € 62 milhões.

Os investimentos do GES mais fáceis de avaliar são aqueles que a Rioforte possui na Bovespa, como uma fatia de 11,1% na Monteiro Aranha e mais 3,7% da Brazilian Hospitality Group (BHG), este último próximo de 10 milhões.

Fora da bolsa, a fatia de 29% que a Rioforte diz ter na Energias Renováveis do Brasil (ERB), que investe em projetos de biomassa no país, pode ser avaliada em R$ 131 milhões (ou € 43 milhões), ao se ter em conta que a BNDESPar e a gestora Mantiq pagaram, no fim de 2013, R$ 213 milhões por 47% no negócio, que tem o FI-FGTS como sócio. O fundo do FGTS também é sócio da Rioforte na Logbras, que reúne ativos na área de logística, e é avaliada por equivalência patrimonial em € 22 milhões.

A Rioforte provavelmente irá atrair investidores para a sua rede de hotéis e resorts Tivoli, disse à Bloomberg José Covas, chefe de avaliações de propriedades da Worx, de Lisboa. "Estou esperando uma forte demanda pela Tivoli Hotels", disse Covas, observando que a venda de imóveis comerciais e o turismo em Portugal estão crescendo A venda da Tivoli, segundo ele, será um dos maiores negócios imobiliários do país desde pelo menos 2008. A Tivoli tem 12 empreendimentos em Portugal e dois no Brasil. Está avaliada entre € 300 milhões e € 350 milhões, disse, em julho, Roger Francis, um analista da Mizuho International.

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