LISBOA - A Rioforte Investments, unidade do conglomerado português Espírito Santo International, seguiu o trajeto da controladora e entrou com pedido de recuperação judicial, para se proteger contra credores, hoje no Tribunal de Luxemburgo, por não ter capacidade para pagar parte de suas obrigações de curto prazo.
A dívida inclui 847 milhões de euros em notas promissórias detidas pela Portugal Telecom. Na semana passada, a operadora de telefonia disse não ter recebido o pagamento e decidiu seguir pela via legal.
“A Rioforte acredita que uma reestruturação transparente e ordeira da empresa, em um processo de gestão controlada, vai permitir a sustentabilidade financeira de longo prazo e, quando apropriado, a alienação organizada dos seus ativos, no melhor interesse de seus acionistas, em particular de seus credores", disse a empresa em comunicado.
A nota confirma que a Rioforte não foi capaz de cumprir as suas obrigações de dívida vencidas após 9 de julho.
A Espírito Santo International, cuja situação financeira foi considerara séria por uma auditoria exigida pelo Banco Central de Portugal, fez uma declaração semelhante, quando apresentou o seu pedido de recuperação judicial. A solicitação foi aprovada hoje por um tribunal de Luxemburgo.
A Rioforte é responsável por gerenciar ativos nos segmentos imobiliário, turismo, agricultura, saúde e energia do Grupo Espírito Santo. Por meio da Rioforte, a Espírito Santo International é dona de uma participação indireta de 49% na Espírito Santo Financial Group, que cuida dos interesses do Banco Espírito Santo em Portugal.
Durante meses, o conglomerado tentou angariar fundos por meio da venda de ativos, como a rede Tivoli Hotels & Resorts em Portugal e no Brasil, e uma companhia de seguros. Contudo, as notícias sobre os problemas financeiros tornaram a reorganização sem ajuda de um tribunal de falências praticamente impossível.
(Dow Jones Newswires)