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Sete Brasil vai propor dividir fluxo de caixa entre acionistas e credores

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A Sete Brasil, criada para gerenciar a construção de sondas para a exploração do pré-sal, vai protocolar nesta sexta-feira, 12, na Justiça do Rio seu plano de recuperação judicial. A proposta não vai diferir muito do que a empresa tentou emplacar ao longo de todo ano passado nas negociações privadas com credores e Petrobrás, segundo fontes a par do plano. A ideia é reduzir o número de sondas e obter financiamento de longo prazo para a construção dos navios. A polêmica do plano deverá ficar por conta da proposta de igualar credores e acionistas, que receberiam meio a meio o fluxo de caixa a ser gerado pelas sondas que eventualmente saírem do papel.

O sucesso da empreitada ainda continuará dependendo de negociações com a Petrobrás, que não andaram desde que a empresa entrou em crise financeira ao fim do ano de 2014. A estatal precisa concordar em manter os contratos para as sondas e concordar com o número delas a ser produzido. O problema é que a própria Petrobrás tem seus problemas financeiros e a empresa está neste momento promovendo uma grande reestruturação de seus planos de investimentos. Novas sondas de exploração, com o atual preço do petróleo, não são exatamente o melhor negócio para a empresa.

A proposta que entrará na recuperação judicial é de que em vez de produzir 28 sondas, como no plano original, o número seja reduzido para algo entre 10 e 12. Os preços se manteriam como originalmente tratados, pelo menos num primeiro momento. Se a Petrobrás finalmente fechar um acordo com a Sete, a ideia seria buscar financiamento com os estaleiros, principalmente os estrangeiros Jurong e Brasfels, que poderiam ter interesse em financiar a construção para reduzir o prejuízo que já estão tendo com a Sete. O último balanço da companhia mostra que deixaram de ser pagos R$ 6 bilhões aos cinco estaleiros que estavam construindo os 28 navios sondas. Além de Jurong e Brasfels, ficaram sem receber os estaleiros nacionais Enseada, Atlântico Sul e Rio Grande.

Um dos objetivos dos acionistas da Sete, com a recuperação judicial, é forçar a Petrobrás a finalmente tomar uma decisão. A proposta de dividir o fluxo de caixa meio a meio com credores, também seria uma forma de conseguir de volta os R$ 8,3 bilhões investidos. Pelas regras de recuperação judicial, os acionistas normalmente são os últimos a receber, mas com um passivo de R$ 18 bilhões, principalmente com bancos, ficaria muito distante a possibilidade de alguma recuperação do prejuízo. O maior acionista é o BTG, com 27,5% do fundo investidor da Sete.

A ideia de dividir o fluxo de caixa poderá eventualmente ser aceita pelos credores, já que muitos deles são também acionistas. De qualquer forma, dependerá primeiro da Petrobrás.

Autor(a)
Josette Goulart

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