O Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho (SP) tentará na Justiça a liberação dos créditos trabalhistas de 240 funcionários demitidos pela Dedini, empresa que teve o pedido de recuperação judicial aceito na última sexta-feira (4/9), pelo juiz Marcos Douglas da Silva, da 2ª Vara Cível de Piracicaba (SP).
"Estamos tentando abrir um precedente para que o processo não interfira no pagamento dos trabalhadores. Caso a companhia sugira algo, mesmo que seja para parcelar, que a recuperação judicial não atrapalhe", afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o presidente do Sindicato, Samuel Marqueti.
A reportagem tentou contato com a Dedini, mas foi informada de que não há porta-vozes para comentar o assunto no momento. Pela decisão do magistrado, a Dedini, que entrou com pedido de recuperação judicial no final de agosto, tem 60 dias para apresentar um plano de recuperação.
O passivo total da empresa é de cerca de R$ 300 milhões e entre os credores estão bancos, trabalhadores, fornecedores e o fisco. O Broadcast revelou no início do mês passado que a Dedini, tradicional fabricante de equipamentos para usinas de cana-de-açúcar, demitira mais de 600 funcionários de suas unidades em Sertãozinho e Piracicaba, ambas no interior paulista.
À época, o CEO e superintendente da companhia, Sergio Leme, disse que a carteira de clientes estava "em baixa", referindo-se às dificuldades pelas quais passa o setor sucroenergético nacional desde a crise do crédito de 2008 e que se refletiram na situação financeira da empresa. Segundo Marqueti, o contato com a Dedini está "precário"atualmente, mas a expectativa é que haja uma melhora a partir de agora com a recuperação judicial. "Torcemos para que tudo volte ao normal", disse.