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State Grid espera acordo sobre Abengoa no fim do mês

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A chinesa State Grid segue negociando com a Abengoa a aquisição de seus ativos no Brasil, tanto os operacionais como os que ainda estão em construção, afirmou Ramon Haddad, vice-presidente da State Grid Brazil. A expectativa dele é que "um rumo" para as negociações seja definido entre o fim de maio e o começo de junho.

A mudança no governo e no comando da pasta de Minas e Energia, que vinha participando das negociações, não alterou a expectativa da State Grid sobre os ativos, disse Haddad ontem durante o evento Brazil Power & Energy Summit, em São Paulo.

"Não percebemos nenhuma alteração na nossa negociação com os ativos da Abengoa, tudo continua normalmente, as análises estão sendo feitas, a due dilligence sendo finalizada", disse Haddad. Segundo ele, a mudança do governo não mudou esse processo.

Ele disse que não foram definidos valores ainda para a operação, por se tratar de um pacote de ativos com grande complexidade.

O principal projeto da Abengoa ainda em construção à venda é a linha de transmissão que vai escoar a energia gerada na hidrelétrica de Belo Monte aos estados do Nordeste. As obras estão paralisadas desde novembro do ano passado, quando a controladora espanhola pediu recuperação judicial. Em janeiro, a Abengoa entrou com recuperação judicial no Brasil.

Como não poderá haver um aumento da receita anual permitida (RAP) dos ativos da Abengoa, com aumento das taxas de retorno, a State Grid espera uma prorrogação dos prazos de construção, referente ao período de paralisação das obras.

"Nossa análise está sendo complexa, por isso inclusive não definimos nada. As negociações ainda estão acontecendo, mas estamos naquele ponto prévio de tomada de decisão", disse Haddad.

Além da empresa chinesa, outras transmissoras têm demonstrado interesse em ativos da Abengoa e também participam de conversas. Segundo Haddad, a State Grid considerou uma parceria para os investimentos "em um determinado momento, mas estamos evoluindo para uma análise mais isoladamente". A parceria, porém, ainda não está descartada.

Além dos investimentos em transmissão de energia, a companhia chinesa mira outros segmentos no setor elétrico no Brasil, com destaque para fontes renováveis de geração de energia e distribuidoras, disse Haddad.

Em distribuição, o foco é em fusões e aquisições, "pois a distribuição já está totalmente implantada" no Brasil e "as oportunidades de expansão são restritas às empresas que estão atuando". Esse setor pode ser mais afetado pela mudança no governo, mas o interesse nos ativos permanece.

Além de uma consolidação em distribuição, Haddad citou outras possibilidades como a compra de participações em empresas existentes. "Apesar de não haver nada concreto, estamos avaliando". Sobre a Celg D, que deve ser privatizada neste ano pela Eletrobras, Haddad afirmou que o preço, considerado caro, deve ser revisto, "mas vai depender da intenção do governo".

Autor(a)
Camila Maia

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