O empresário Eike Batista acredita que ao fim do processo de reestruturação da dívida do grupo, em um período que pode levar dez anos, ele terá chances de recuperar parte do seu patrimônio. Hoje, as participações acionárias de Eike em empresas que foram vendidas para novos grandes investidores estão em poder de credores, entre os quais a Mubadala, de Abu Dhabi, que chegou a aportar US$ 2 bilhões na holding EBX. Recentemente, parte das ações de Eike na Prumo (ex- LLX) foram transferidas para Mubadala, assim como uma fatia na mineradora MMX.
"Tenho a chance de recuperar meu patrimônio", afirmou
No mercado, há expectativa de que o consórcio formado por Mubadala e Trafigura, que comprou o controle do Porto Sudeste (RJ), possa adquirir os restantes 35% que a MMX tem nesse ativo, estratégico para a exportação de minério de ferro pela região Sudeste. "Tem vários candidatos [a comprar a fatia no porto], a companhia faz um processo competitivo. Com os preços atuais do minério de ferro, não vale a pena produzir. Não é difícil vender. O Porto Sudeste é um dos ativos e patrimônios que a companhia [MMX] tem para sobreviver e deixá-la em banho-maria até voltar o ciclo de preços altos." Eike não quis falar sobre sua relação com o banco BTG Pactual que auxiliou o grupo na primeira fase da crise, antes da chegada de Ricardo Knoepfelmacher, que assumiu o comando da reestruturação. "Prefiro não comentar."
Eike deu ênfase, na entrevista, aos dois ativos portuários que criou: o Porto Sudeste e o Porto do Açu, no norte fluminense. "Eu estive na Coreia buscando gente que quer investir no Açu para o estaleiro [da OSX]. Vou buscar o coreano, vou agregar mais valor para o ativo e assim melhorar as minhas chances de acertar as contas", afirmou. A busca de investidores para o estaleiro é importante para a OSX, empresa em recuperação judicial.