A estratégia era vender uma das unidades para honrar os créditos vencidos com o setor financeiro e fornecedores. Das duas unidades, escolheu-se a maior delas para levar a leilão.
A usina de Guararapes, com capacidade para processar 2,4 milhões de toneladas de cana de açúcar por ano, foi leiloada em novembro do ano passado.
O ativo foi arrematado pela multinacional Glencore, por R$ 350 milhões, que venceu a concorrente Raízen, do grupo Cosan com a Shell, que ofereceu R$ 280 milhões pela compra da usina.
Segundo o responsável pela administração da Recuperação Judicial da Unialco, José Carlos Fernando de Alcântara, o valor foi usado 100% para quitar as dívidas com os credores que aderiram ao leilão. O pagamento foi feito com 60% de deságio. Ou seja, os credores receberam apenas 40% do montante devido.
Entre os que não aderiram ao leilão, a situação foi pior: eles vão receber apenas 20% do valor devido e em 20 anos, com carência de quatro anos. “O esforço foi grande para que todos aderissem ao leilão, mas alguns prefiram ficar de fora”, diz o administrador.
Recuperação. “Hoje a empresa tem um valor remanescente de dívida trabalhista que está sendo pago em 12 vezes, conforme o acordo, e um passivo fiscal”, explica Alcântara.
De acordo com ele, para fazer frente a esses compromissos, a empresa ficou com a usina de Mato Grosso do Sul. Hoje, a companhia tenta se reerguer, mas as condições de preços não têm ajudado muito. Pelo menos, o pagamento com os credores foi resolvido, afirma Alcântara./ R.P.