A Usina São Fernando Açúcar e Álcool Ltda., pertencente a José Carlos Bumlai, preso nesta terça-feira (24) na 21ª fase da Operação Lava Jato, e a seus dois filhos, também implicados nas ações desencadeadas pela Polícia Federal, enfrenta dois pedidos de falência, em tramitação na 5ª Vara Cível de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
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A indústria também fica em Dourados e nesta quinta recebeu a visita de duas equipes da Polícia Federal, que cumprem dois mandados de busca e apreensão decretados pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba (PR). Oito agentes federais estão há quase quatro horas na indústria, que fica na margem da MS-379, que liga Dourados a Laguna Carapã.
BNDES pediu falência – Um dos pedidos de falência foi feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), pelo não pagamento de dívida de R$ 300 milhões. A usina está em recuperação judicial desde 2013. Os processos serão decididos pelo juiz Jonas Hass Silva Júnior.
A defesa de Bumlai tenta evitar a falência, com o argumento de que a usina ainda está operando e gerando cerca de dois mil empregos em Dourados. O sindicato dos trabalhadores afirma que os salários estão sendo pagos em dia. A atual dívida da São Fernando seria de R$ 1,2 bilhão. Depois do BNDES, o Banco do Brasil é o segundo maior credor, com dívida de R$ 82 milhões.
O outro pedido de falência foi feito pelo Banco Industrial do Brasil S/A. O processo, assim como o pedido de falência feito pelo BNDES, ainda está em andamento e não há previsão de quando será decidido pelo juiz douradense. O valor da dívida é desconhecido.
Além dos pedidos de falência, a São Fernando enfrenta várias de ações por “impugnação de crédito”, um termo jurídico usado em ações de recuperação judicial e geralmente quando um credor apresenta a dívida quem tem para receber da empresa.