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Varejistas pedem proteção contra credores na Justiça

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Redes de varejo de médio porte começaram a fechar lojas e entrar com pedidos de recuperação judicial nas últimas semanas. As empresas abriram renegociações com credores e tentam evitar o fechamento definitivo das operações. Em um mês e meio, pelo menos três varejistas, com cerca de 200 lojas no total, entraram com pedidos de recuperação - são elas: Lojas Esplanada, de Fortaleza, e as paranaenses Darom Móveis e Liberatti.

Há fechamento de pontos e demissões de funcionários. Especialistas do setor entendem que a forte desaceleração no consumo em alguns segmentos do varejo ajudam a explicar esse cenário, mas acreditam que companhias já enfrentavam dificuldades financeiras ou de gestão que acabaram se acentuando com a crise.

A expectativa é que o aumento no número de redes em difícil situação pode acelerar o processo de consolidação do setor, com venda de pontos fechados para outras cadeias regionais ou nacionais.

A rede de varejo eletroeletrônico Liberatti, com cerca de 90 lojas em São Paulo, Paraná e Rondônia, fechou 69 unidades nos últimos dias, segundo fonte. Procurada, a empresa informa que entrou neste mês com pedido de recuperação judicial na comarca de Ibaiti, no Paraná, sede da empresa. Cerca de 450 funcionários teriam sido demitidos, apurou o Valor. Os acionistas controladores da empresa são Roberto Regazzo (prefeito de Ibaiti, onde a rede tem lojas) e seu filho, Pedro Henrique Regazzo.

Procurados, os sócios não se manifestaram. O mercado calcula que a empresa fature cerca de R$ 100 milhões ao ano, mas as vendas teriam caído acima de 50% em 2015. Pontos fechados em Rondônia e São Paulo devem ser vendidos para arcar com as dívidas.

A paranaense Darom Móveis, do grupo Simbal, com cerca de 90 lojas em três Estados, entrou com pedido de recuperação judicial no Fórum da Comarca de Arapongas (PR). Outras empresas do grupo Simbal, fundado em 1968, fazem parte deste requerimento, como a Simbal Indústria de Móveis e Colchões e a Agropecuária Simbal. Procurada, a diretoria jurídica confirmou o pedido e informa que não houve fechamento de lojas. Segundo apurou o Valor, as dívidas do Simbal somariam R$ 200 milhões, ou 40% da receita bruta.

Uma terceira rede, a de lojas de departamento cearense Esplanada Brasil, com 24 unidades em sete Estados, e criada há seis décadas, entrou com pedido de recuperação judicial para sanar dívidas, informa em nota ao Valor.

Forte queda nas vendas, com redução na entrada de recebíveis e de capital de giro, teria afetado o negócio das redes neste ano. "Apenas a crise não explica a situação de empresas com piora tão abrupta em resultados. Um conjunto de fatores explica melhor essa situação, como o fato de serem empresas em situação já frágil, com queda forte nas vendas e falta de crédito no mercado", diz Alberto Serrentino, da Varese Retail.

Autor(a)
Adriana Mattos

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