Em recuperação judicial há cinco anos, a Zoomp abriu um processo público para venda de sua marca e de um imóvel localizado em Alphaville, um bairro de Barueri (SP), onde fica a sede da empresa.
O imóvel não foi vendido, até agora, porque havia um imbróglio judicial envolvendo um credor que alega que o ativo foi colocado como garantia de um empréstimo. A Zoomp conseguiu derrubar as liminares impetradas em São Paulo, mas ainda cabe recurso ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
As propostas para aquisição dos ativos serão recebidas até 5 de janeiro e a operação deve ser concluída no dia 28 do mesmo mês. "Vamos analisar as propostas que mais se enquadram para pagar as dívidas. Se vendermos o terreno e a marca, será possível liquidar praticamente toda a dívida", diz Carlos Valmer, sócio da gestora de fundo de crédito Global Capital e administrador da Zoomp. Valmer explica ainda que não se trata de um leilão e por isso não há obrigação de fechar pela oferta mínima.
A Zoomp tem uma dívida de pelo menos R$ 90 milhões com fornecedores, bancos, ex-funcionários e fundos de pensão, além de passivo tributário. Para negociar os ativos sem os passivos, a marca Zoomp foi alocada em uma subsidiária e o mesmo será feito com o terreno que tem 33 mil metros quadrados e está localizado no centro de Alphaville.
Entre os interessados está a Morena Rosa, grife que tem como controlador a gestora Tarpon, mas sua preferência é pelo arrendamento da marca. Nos últimos anos, 14 grupos de moda já analisaram a Zoomp, mas desistiram por conta do passivo.
O interesse em torno da marca, conhecida pelo raio amarelo, não é à toa. Mesmo com uma distribuição reduzida nos últimos cinco anos, a Zoomp foi a 22ª marca mais lembrada de um total de 389 nomes citados, segundo pesquisa do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) elaborada neste ano.
Já o imóvel tem atraído interesse de incorporadoras e fundos de investimento. Segundo Valmer, a preferência é pela venda conjunta da marca e do terreno, mas há possibilidade de a transação ser feita separadamente.
Nos últimos cinco anos, período do processo de recuperação judicial, a Zoomp viu seu negócio diminuir muito de tamanho. Em 2008, a empresa faturava R$ 100 milhões e atualmente, cerca de R$ 20 milhões. Uma das grifes mais famosas dos anos 1980, a Zoomp chegou a ter quase 90 lojas.
Criada pelo estilista Renato Kherlakian, a Zoomp foi vendida em 2006 aos empresários Conrado Will e Enzo Monzani, que criaram uma holding de grifes de moda. A holding, que reunia as marcas Alexandre Herchcovitch, Fause Haten, Clube Chocolate, Cúmplic e Zoomp, foi à bancarrota em 2008.